Caso você ainda não conheça Green Belt e nem mesmo as filosofias Lean e Six Sigma, esse post vai te ajudar!

Nele vamos explicar o que são essas filosofias e a certificação, assim como também de que forma elas são úteis para empresas e indústrias.

Muitos profissionais que buscam se aprofundarem na metodologia Lean Six Sigma, tem dúvidas sobre qual nível de qualificação devem fazer, White Belt, Yellow Belt, Green Belt ou Black Belt?

É necessário detalhar cada uma das qualificações para que o profissional tenha uma visão clara sobre cada uma e decida de forma acertada, qual fazer primeiro.

Neste Post, focarei na Qualificação Green Belt, mas caso queira saber mais, no nosso blog temos diversos artigos explicando sobre as certificações Lean Six Sigma.

Qualificação Green Belt

Basicamente, Green Belts são colaboradores com um nível de conhecimento da metodologia e das respectivas ferramentas do Lean Seis Sigma, abaixo dos Black Belts, mas que são capazes de liderar e gerir projetos Seis Sigma numa menor escala, uma vez que possuem um amplo conhecimento dos produtos/serviços ou processos da organização, sendo sempre uma necessidade fundamental na tarefa de melhoria.

O profissional que possui conhecimentos e habilidades propostas por essas metodologias consegue gerar mais resultados positivos e reduzir desperdícios nas indústrias.

Dessa forma, a indústria é capaz de aumentar seus lucros e reduzir custos.

A formação do profissional é composta geralmente por 80 horas de fundamentos teóricos e conjugada com projetos reais de Seis Sigma, abrangendo temas como a gestão de projetos, ferramentas de gestão e controle da qualidade, análise de dados e identificação de soluções.

O profissional qualificado Green Belt adquire conhecimentos da Metodologia DMDAV, utilizada em projetos focados em criar novos desenhos de produtos, serviços e processos.

Assim como também a metodologia DMAIC, utilizada em projetos focados na melhoria de produtos, serviços e processos de negócios já existentes.

Tópicos principais na qualificação Green Belt

Lean Manufacturing

Ou seja, o especialista Green Belt é qualificado na Filosofia do Sistema Toyota de Produção ou conhecido também como Lean Manufacturing.

Lean Manufacturing, traduzível como Manufatura Enxuta e também chamado de Sistema Toyota de Produção é uma filosofia de gestão focada na redução dos sete tipos de desperdícios (super-produção, tempo de espera, transporte, excesso de processamento, inventário, movimento e defeitos).

Eliminando esses desperdícios, a qualidade melhora e o tempo e custo de produção diminuem.

As ferramentas “lean” incluem processos contínuos de análise (KAIZEN), produção “pull” (no sentido do KANBAN) e elementos/processos à prova de falhas (Poka-Yoke).

Manufatura Enxuta foi desenvolvida pelo executivo da ToyotaTaiichi Ohno, durante o período de reconstrução do Japão após a Segunda Guerra Mundial.

O termo foi popularizado por James P. Womack e Daniel T. Jones no livro “A Mentalidade Enxuta nas Empresas Lean Thinking: Elimine o Desperdício e Crie Riqueza“. 

Foi baseado no conceito de Manufatura Enxuta (Lean Manufacturing) que Eric Ries criou o conceito de Startup Enxuta (Lean Startup).  

Ele usou várias metodologias utilizadas pela Toyota e uniu com outras (como o Design Thinking) para criar esse conceito.

Isso prova que mesmo uma metodologia utilizada para produção de carros pode ser adaptada para qualquer outra área de negócio.

Origem do Seis Sigma

As raízes do Seis Sigma como padrão de medição remontam a Carl Friedrich Gauss (1777-1855), que introduziu o conceito de curva normal.

O Seis Sigma como padrão de medição na variação do produto inicia na década de 1920, quando Walter Shewhart mostrou que um ponto que dista 3 desvios padrão da média de um processo, requer correção.

O termo Seis Sigma se origina do “Sigma”, símbolo que, em Qualidade, significa uma medida de variabilidade utilizada para indicar quanto dos dados apresentados se inserem nos requisitos dos clientes.

Quanto maior for este sigma, melhores serão os produtos ou serviços produzidos. Ou sob outra ótica, menores serão os defeitos apresentados por estes produtos e serviços.

Muitos padrões de medição (Cpk, Ppk e Zero Defeitos) mais tarde entraram em cena, mas o crédito por cunhar o termo “Six Sigma” vai para um engenheiro da Motorola chamado Bill Smith (Patel, 2016).

Uso do Seis Sigma nas empresas

No início em meados da década de 1980, com o presidente Bob Galvin no comando, os engenheiros da Motorola decidiram que os indicadores de qualidade tradicionais (medindo defeitos em milhares de oportunidades) não forneciam exatidão suficiente, por isso começaram a medir os defeitos por milhão de oportunidades (DPMO).

A Motorola desenvolveu esse novo padrão e criou a metodologia e a mudança cultural necessária associada a ele.

O Seis Sigma ajudou a Motorola a obter resultados poderosos em sua organização – na verdade, eles documentaram mais de US$ 16 bilhões em economias geradas pela aplicação de projetos (Chiarini, 2011).

O Seis Sigma evoluiu ao longo do tempo se tornando mais do que apenas um sistema de qualidade como o TQM ou ISO. É uma forma de fazer negócios.

Como Geoff Tennant (2017) descreve em seu livro ‘Six Sigma: SPC and TQM in Manufacturing and Services’: “Seis Sigma é muitas coisas, e talvez fosse mais fácil listar todas as coisas que a qualidade Seis Sigma não é.

Seis Sigma pode ser visto como: uma visão; uma filosofia; um símbolo; uma métrica; um objetivo; uma metodologia”.

Desde então, dezenas de milhares de empresas em todo o mundo adotaram o Seis Sigma como forma de fazer negócios.

Este é um resultado direto que muitos líderes americanos promoveram ao elogiar abertamente os benefícios do Seis Sigma.

Líderes como Larry Bossidy da Allied Signal (agora Honeywell) e Jack Welch da General Electric Company.

Entendendo a metodologia

O Seis Sigma é uma metodologia orientada aos requisitos de qualidade do cliente, sendo estruturada, sistemática, proativa e de abordagem quantitativa promovendo a melhoria contínua de fabricação, serviços, engenharia, fornecedores e outros negócios.

Os esforços Seis Sigma visam três áreas principais:

Três características principais separam o seis sigma dos demais programas de qualidade usados no passado:

A primeira definição de Six Sigma é que é uma métrica da quantidade (taxa) de defeito por milhão de oportunidades (DPMO). A Tabela abaixo demonstra os níveis sigma e sua relação com o DPMO.

Nível SigmaDefeitos por Milhão de Oportunidades (DPMO)
1 σ690.000
2 σ308.000
3 σ66.800
4 σ6.210
5 σ230
6 σ3,4
Nível Sigma e DPMO / Fonte: Adaptado de Pyzdek (2003)

Os estatísticos usaram a letra grega Sigma (σ) para se referir ao desvio padrão.

Seis Sigma são simplesmente seis desvios padrão.

O que isso realmente significa é que um processo é altamente capaz de que as especificações do cliente estejam, na verdade, a seis desvios padrão do centro desta figura, batizada de Curva Normal.

Curva Normal
Fonte: Adaptado de Pyzdek (2003)

Como um produto só será considerado defeituoso se for produzido fora das especificações do cliente, um processo com uma capacidade tão alta quase não produzirá nenhum defeito.

O cálculo matemático de 3,4 DPMO é com base em duas suposições: a saída do processo segue uma distribuição normal e a média do processo pode mudar até 1,5 desvios padrão no longo prazo.

Seis Sigma equivale a 3,4 defeitos para cada milhão de peças feitas ou transações de processo realizadas. Essa qualidade equivale a 99,99966% de produtos ou transações sem defeitos (Kalaivan & Ravichandran, 2019).

Padrões de alta qualidade fazem sentido, mas o custo necessário para buscar esses padrões elevados deve ser equilibrado com os benefícios obtidos.

Os processos seis sigma expõem as causas-raízes e, em seguida, concentram-se nas melhorias para alcançar o mais alto nível de qualidade a um custo aceitável.

Isso é essencial para alcançar e manter uma vantagem competitiva e altos níveis de satisfação e fidelidade do cliente.

Dentre as muitas metodologias de melhoria contínua existentes, o Seis Sigma visa encontrar soluções para problemas de causas desconhecidas, complexas e crônicas.

Para compreender se ele se aplica para a resolução de um problema específico é importante avaliar os 5 princípios chave em que se baseia (Montgomery & Woodall, 2008).

Ganhos previstos com a qualificação Green Belt

O profissional qualificado Green Belt pode participar de projetos que trarão ganhos significativos e importantes para o negócio. Alguns atingem ROI (Retorno sobre o Investimento), na ordem de 1000x.

Dessa forma, profissionais com essas habilidades são muito valorizados pelas grandes empresas e indústrias, o que faz com que ele possua uma garantia maior de emprego com melhores salários.

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Conclusão

Nesse post vimos como a qualificação Green Belt é importante para empresas. Além disso, White, Yellow e Black Belt também são extremamente valorizadas.

Agora que você possui uma visão mais clara e detalhada, já pode escolher melhor por onde começar sua jornada Lean Six Sigma.

E você, está em qual etapa dessa jornada?